Foram 5 meses a viajar pela América Latina. Diversos países, cidades, vilarejos rurais e muitos quilômetros rodados por terra, ar e água.
O terceiro país que visitei foi a Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, porém um dos mais ricos ao meu ver. Rico na humildade de um povo sorridente, nas cores da estamparia do artesanato e das Cholitas, nas frutas e nas verduras e nas paisagens fantásticas.
O meu encantamento pela Bolívia transformou a minha partida rumo ao Peru, em um momento difícil. Acabei por criar laços no país. Um protesto contra a contaminação do lago Titicaca por uma empresa canadense fez com que eu abrisse mão de mais alguns dias de estada em Isla del Sol e partisse antes por receio de encontrar a fronteira fechada (foram mais de 20 dias de protesto, com a única exceção de abertura das fronteiras devido as eleições no país).
Antes de sair do Brasil, ganhei da minha tia Ana Paula o livro “A arte da Peregrinação”, que acabou por virar o meu companheiro de viagem nessa aventura, e diante dessa situação, peguei algumas palavras “emprestadas” e adaptei para esse momento:
“…Depois de uma longa jornada, de muitos lugares visitados, há sempre um de que nos lembramos mais de que os outros, se suas características internas e externas foram capazes de produzir em nós alguma coisa próxima da felicidade. Estou certa de que este lugar será sempre a Isla Del Sol. Não se pode adivinhar ou prever as condições que nos vão produzir felicidade, chega-se a elas por acaso, numa hora de sorte, em algum lugar do fim do mundo, e nos agarramos a elas…”
Me despedi do meu paraíso, da minha casinha em Challapampa e assim segui para o Peru, o quarto país dessa minha viagem.
Até breve!
Paula Cury

0 Comments